O que é Hipermetropia?
A hipermetropia é um tipo de defeito refrativo que é caracterizado pela maior dificuldade em focalizar objetos localizados próximos do observador, porém na maioria das vezes, objetos localizados distantes são vistos nítidos.
Essa característica de embaçamento da visão de perto na hipermetropia é oposta a da miopia, que se caracteriza por embaçamento da visão de longe.
De acordo com Grosvenor, a hipermetropia é uma condição na qual, com a acomodação relaxada, os raios de luz que entram paralelamente no olho convergem fazendo um foco depois da retina, como mostra a imagem a baixo.
Dessa maneira, a imagem é normalmente percebida desfocada quando o objeto está localizado próximo do observador.
Porém, devido ao mecanismo da acomodação, em muitos casos esse embaçamento não acontece, pois o próprio olho consegue, através de esforço, contrair o músculo ciliar e deixar a imagem focada na retina.
Esse esforço visual normalmente causa vários sintomas.
Causas
A principal causa da hipermetropia é a herança genética. Se você tem pai ou mãe com esse problema de visão tem maiores chances de desenvolver a hipermetropia.
Normalmente é causado pela curvatura da córnea reduzida, ou seja, uma curvatura de córnea mais plana que o ideal.
Outro fator relevante para o surgimento da hipermetropia é o tamanho do globo ocular menor que o ideal.
O globo ocular mede aproximadamente 24 mm e, segundo a literatura, o comprimento ântero posterior (comprimento axial) menor que o normal, poderia ser responsável pela hipermetropia, normalmente de grande valor nesses casos.
Outro causador da hipermetropia seria uma diminuição do índice de refração do núcleo do cristalino ou aumento do índice do córtex.
Como vimos, existem vários fatores que podem justificar o desenvolvimento da hipermetropia. Sendo assim, esse defeito refrativo pode ser devido a um único fator, ou ainda, ser uma combinação de vários fatores.
Sinais e Sintomas
Os sintomas da hipermetropia normalmente são associados à atividade que utilizam a visão de perto, como por exemplo:
- Mexer no celular;
- Leitura;
- Trabalhar no computador;
- Costurar, entre outras atividades.
Após um determinado período de tempo nessas atividades, quem tem hipermetropia normalmente costuma apresentar algum sintoma associado ao esforço excessivo que os olhos tem que fazer para poder enxerga.
Os principais sintomas de hipermetropia são:
- Dificuldade em enxergar objetos próximos;
- Cansaço da visão;
- Dores de cabeça;
- Vermelhidão
- Lacrimejamento;
- Dificuldade de concentração;
- Sensação de peso nos olhos.
Hipermetropia e Astigmatismo são diferentes?
Sim. A Hipermetropia e o astigmatismo são problemas visuais diferentes.
Enquanto nas pessoas que tem hipermetropia a maior dificuldade de enxergar está associada a trabalhos em visão de perto, em quem tem astigmatismo as queixas de enxergar embaçado são em ambas as distâncias, de perto e de longe.
No caso de astigmatismo, a córnea apresenta um formato oval e, por isso, distorce a luz quando essa entra nos olhos.
Dessa maneira, mais de um ponto focal é formado, quando o normal seria que houvesse apenas um ponto de foco.
Saiba mais sobre o Astigmatismo.
Não confunda Hipermetropia com Presbiopia
Se você tem 40 anos ou mais e começou a notar dificuldade em enxergar as letras quando lê um texto, principalmente quando há pouca iluminação, provavelmente tem presbiopia.
A principal diferença entre presbiopia e hipermetropia é a idade de aparecimento.
A hipermetropia pode se manifestar em qualquer idade, enquanto a presbiopia – conhecida popularmente como vista cansada – se manifesta por volta dos 40 anos de idade.
Diagnóstico
Para que seja possível chegar ao diagnóstico de hipermetropia devem ser avaliados vários aspectos da visão.
Primeiramente inicia-se a exploração dos sintomas por meio da anamnese, que é uma série de perguntas direcionadas ao paciente com o objetivo de identificar suas queixas.
Em seguida é feita a medida da Acuidade Visual para Longe e para Perto.
A autorefração é um procedimento que agiliza a avaliação refrativa. Através do autorefrator é possível identificar que tipo de defeito refrativo que o paciente possui e ter uma idéia aproximada do grau, bem como o valor das curvas da córnea – ceratometria.
Para a confirmação dos achados no autorefrator é utilizado um instrumento chamado retinoscópio. Esse aparelho projeta uma luz em formato de fenda em direção ao olho do paciente e, através da movimentação da luz e das sombras decorrentes da projeção da luz do retinoscópio no olho observado, é possível identificar qual tipo de defeito refrativo o paciente possui, confirmando se é hipermetropia, miopia ou astigmatismo.
Identificada a hipermetropia, o profissional encontra o grau exato por meio da sobreposição de lentes em frente ao olho do paciente.
De modo geral as hipermetropias são corrigidas com lentes positivas, caracterizadas por apresentarem borda fina e o centro espesso.
Falaremos mais sobre as formas de correçãoa seguir.
Tratamento
Óculos
Óculos é a forma mais prática para a correção da hipermetropia.
As lentes de óculos em casos de hipermetropia são caracterizadas pela suas espessura central maior que na periferia.
Sendo assim, funcionam como “lentes de aumento” e, em casos de graus mais fortes existe a percepção de que o olho, visto através das lentes, é maior.
No entanto, em graus mais baixo esse efeito não ocorre de forma tão perceptível, tornando a utilização do óculos a escolha mais viável na correção da hipermetropia.
Alguns fatores devem ser observados para que o óculos de correção para hipermetropia seja acertado. São eles:
- Escolha da armação – armações muito grandes devem ser evitadas, pois quanto maior, mais grossa tende a ficar a lente.
- Centragem das lentes em frente ao olho – armações em que seus olhos fiquem muito distantes da borda do aro tendem a ficar mais grossas e esteticamente desfavoráveis.
- Índice de refração da lente – Esse é um dado técnico que precisa de orientação do profissional da ótica para auxiliar, porém, de forma geral, quanto maior o índice de refração, mais fina a lente.
- Lentes Esféricas e Asféricas – novamente um dado técnico, mas de modo geral, lentes Asféricas tem maior qualidade.
Lente de Contato
Lente de contato também é uma ótima forma de correção para a hipermetropia.
No entanto, em graus mais fortes deve-se levar em consideração a espessura das lentes. Assim como no caso da correção com óculos, as lentes de contato apresentam a espessura central maior que na periferia.
Vária complicações podem surgir devido ao uso indiscriminado de lentes de contato. Em casos de lentes para a correção de altos graus de hipermetropias o cuidado deve ser redobrado.
Devido à maior espessura, a passagem de oxigênio através da lente é prejudicada, o que pode acarretar em prejuízo metabólico para a córnea.
No longo prazo essas alterações do metabolismo podem ocasionar em edema corneano e outras complicações sérias.
Por isso é importante manter uma regularidade nos exames.
Cirurgia a Laser
A cirurgia a laser conhecida como LASIK também é uma opção para a correção da hipermetropia. Durante a cirurgia é utilizado um laser para modelar o formato da sua córnea.
Ao considerar esta opção, pense também no custo/benefício. Como qualquer outra cirurgia, por mais simples e segura que seja, a cirurgia refrativa também tem riscos, e não são incomuns casos de complicações pós cirúrgicas de ectasias.
Sendo assim, você deve sempre procurar um profissional com alta recomendação e histórico de sucesso.
Se informe sempre com quem já passou por este procedimento antes de optar por essa alternativa.
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