O que é Nistagmo?
O nistagmo pode ser ser definido, pela sua característica principal, que é o movimento involuntário e oscilatório de um ou ambos os olhos, o que pode resultar em sintomas de náusea, vômitos e desequilíbrio, entre outros.
A condição em que o nistagmo pode ser considerado normal é quando ocorre como reflexo para manter a fixação em um objeto, com relação a rotação da cabeça.
No entanto, o nistagmo pode ser considerado patológico quando os movimentos ocorrem mesmo quando a cabeça está parada, o que pode ser consequência de labirintite, alterações neurológicas ou efeito colateral de medicamento, por exemplo.
É claramente percebido pelas pessoas que observam, embora em casos leves não sejam sintomáticos.
O que causa o Nistagmo?
Os nistagmos mais comuns são os de causas patológicas, onde ele pode prejudicar a fixação e a eficiência visual.
Nessa situação, ocorrem movimentos involuntários dos olhos, mesmo com a cabeça parada, sendo normalmente indicativo de que há alterações no sistema vestibular, que é responsável não só pela audição e manutenção do equilíbrio, mas também por ajudar a controlar o movimentos dos olhos.
Em muitos casos, a causa do nistagmo é desconhecida, no entanto, algumas vezes podem ser encontradas.
As causas mais comuns são:
- Labirintite:
A labirintite pode levar a condições que causam o nistagmo devido a inflamação do labirinto, que é o nome do ouvido interno, composto por cóclea e sistema vestibular.
Além disso, ferimentos decorrentes do uso de hastes flexíveis de algodão ou outros objetos inseridos no ouvido, podem desencadear lesão no sistema vestibular e provocar o nistagmo. - Lesões cerebrais: Lesões em partes do cérebro ligadas ao controle do equilíbrio e do controle dos movimentos oculares podem causar o nistagmo.
- Perda da visão: A perda parcial da visão decorrente de catarata, glaucoma, lesões maculares pode confundir o cérebro, o que o levaria a tentar fazer correções desnecessária, desencadeando o mecanismo de movimentos involuntários dos olhos.
- Tumores cerebrais:
Do mesmo modo que as lesões cerebrais, os tumores que atingem áreas que controlam os movimentos oculares podem provocar o nistagmo. - Uso de drogas: Álcool, lítio e medicamentos antiepiléticos pode ser causa de nistagmo. Além disso, alguns sedativos como a lidocaína e a epinefrina também.
Essa são algumas condições que podem desencadear a condição em que há os movimentos involuntários dos olhos. No entanto, existem muitas outras que podem dar origem a esse problema, incluindo deficiências nutricionais, lesões medulares, sífilis, insolação, AVC, entre outras.
Nistagmo em bebê
Além da classificação em fisiológico e patológico, o nistagmo também pode ser classificado em congênito, quando é percebido logo após o nascimento, ou adquirido, que acontece devido a diversas situações que podem acontecer ao longo da vida.
Os movimentos involuntários dos olhos em bebês difere muito dos que se iniciam na fase adulta.
O nistagmo congénito frequentemente está relacionado a doenças oculares ou na comunicação entre olho e cérebro e nesta situação tendem a ser brandos e, muitas vezes, não percebidos pela própria pessoa.
Além disso, é associado ao albinismo, aniridia, que é a ausência congênita da íris (a parte colorida dos olhos), nervos óticos subdesenvolvidos, catarata congênita, monocromatismo de bastonetes e síndrome de Down, entre outras alterações.
Muitas vezes a situação é provocada por uma doença hereditária, herança dos pais, e se manifesta no bebê nos primeiros meses de vida ou, então, mais tarde na infância.
Sinais e Sintomas do Nistagmo
O principal sintoma do nistagmo é o movimento involuntário dos olhos.
Frequentemente, quem observa os olhos de uma pessoa com essa alteração costuma se fazer a seguinte pergunta, “como uma pessoa que tem nistagmo enxerga?”
Nesse sentido, temos como principais sintomas reportados, os seguintes:
- Tonturas;
- Vertigem;
- Diplopia (visão dupla);
- Sensibilidade à luz (fotofobia);
- Reduzida Acuidade Visual (problemas de visão);
- Problemas para ver no escuro;
- Problemas com a perceção de profundidade (estereopsia);
- Manter a cabeça em posição inclinada;
- Desequilíbrio;
- Sensação de “terremoto”.
Além disso, outros sintomas podem acompanhar o nistagmo, além dos relacionados aos movimentos oculares, tais como: Surdez e tinnitus.
Por exemplo, o nistagmo vestibular periférico frequentemente é acompanhado por surdez e tinnitus, um zumbido que não é causado por nenhum estímulo externo.
Juntamente com os sintomas mencionados, o nistagmo ainda pode ser agravado quando o indivíduo estiver cansado ou estressado.
Dessa maneira, em alguns casos, essa alteração pode provocar tantos problemas de visão que os portadores podem ser considerados legalmente cegos.
Como é feito o Diagnóstico do Nistagmo?
O nistagmo é facilmente percebido e pode ser diagnosticado pela simples observação dos movimentos oculares.
No entanto, as causa devem ser investigadas através de algumas provas e exames. Para isso são colhidas informações a respeito da história clínica do paciente, com o objetivos de saber se é uma condição constante ou intermitente, idade de aparecimento da condição, se existe alguma posição que o nistagmo aumenta ou ameniza, se existe tontura, desequilíbrio, se está associado a surdez, entre outras informações.
Além da avaliação clínica, podem ser solicitados alguns exames específicos, como a eletronistagmografia e a videonistagmografia. Esses exames avaliam os movimentos dos olhos através de gravações, além de testes do sistema vestibular.
Ainda assim, para esclarecer as causas do nistagmo, podem ser necessários exames de tomografia computadorizada de cabeça e ressonância magnética. Estes exames são utilizados para investigações no cérebro em busca de alterações como tumores, ou lesões quando exames anteriores não foram conclusivos.
Em adultos pode estar relacionado a esclerose múltipla, ou lesões nas vias motoras oculares, que são localizadas no tronco cerebral ou cerebelo.
Todavia, normalmente o nistagmo é diagnosticado em idades jovens.
Sendo assim, sempre que os pais (no caso de bebês e crianças) notarem algo de anormal nos olhos, como movimentos involuntários, devem procurar imediatamente atendimento, para fazer o diagnóstico.
Grupos de Risco
Existem algumas situações que podem aumentar as chances do desenvolvimento do nistagmo. Algumas delas são: a síndrome de Down, na qual é comum problemas visuais, o que leva a uma propensão maior ao desenvolvimento da alteração dos movimentos oculares.
Do mesmo modo, o albinismo, que também é associado à problemas visuais devido à falta de melanina, facilitando o desenvolvimento do nistagmo.
Da mesma forma, pessoas com esclerose múltipla, tem maiores chances de desenvolver o nistagmo devido a destruição da chamada bainha de mielina, que recobre os nervos.
Como se Prevenir?
A princípio, as situações que causam o nistagmo não podem ser prevenidas. No entanto, podemos considerar que ser adepto de bons hábitos alimentares e de higiene pode ajudar a evitar infecções, que por sua vez dificultam o desenvolvimento dessa alteração.
Nesse sentido, o uso de hastes flexíveis de algodão (cotonetes) para limpeza interna do ouvido devem ser evitados. Essa hastes são feitas para a limpeza da orelha pela sua parte externa e não devem ser colocados no canal auditivo, pois podem machucar o tímpano e causar danos diretos ao sistema vestibular, o que pode causar nistagmo.
Evitar insolação também é uma recomendação e, caso fique muito tempo exposto ao sol, sempre usar protetor solar e hidratar-se constantemente.
O AVC é um problema de pode ocasionar em alteração dos movimentos oculares. Sendo assim, manter uma rotina de bons hábitos, pode ajudar a diminuir os riscos do Acidente Vascular Cerebral, tais como:
- Alimentação saudável;
- Consumir pouco sal;
- Consumir pouco álcool;
- Exercícios físicos;
- Evita stress;
- Alimentos ricos em vitamina B12.
Além disso, recomenda-se o uso de preservativos durante o sexo, pois a sífilis, que é uma doença sexualmente transmissível, pode causar nistagmo.
Como Tratar nistagmo?
Dependendo do tipo e da causa existe cura para o nistagmo, ou seja, em algumas situações é possível curar.
Por outro lado, na maioria dos casos de nistagmo congénito, não existe atualmente tratamento para solução completa dessa alteração. Porém existem várias intervenções que podem ajudar a melhorar a visão de quem tem esse problema.
Para crianças é importante ter apoio educacional adequado com o objetivo de desenvolver um bom condicionamento visual e focalização das imagens.
É indicado, no caso das crianças com nistagmo, que os pais e educadores tomem algumas medidas que lhes ajudem a encarar o problema, melhorar a sua auto-estima e qualidade de vida.
Dessa maneira, procurar atendimento especializado com oftalmologista especialista em nistagmo (neuro oftalmologista ou oftalmologista pediátrico) é uma boa alternativa.
Do mesmo modo, dialogar e ajudar os professores do seu filho a compreender as limitações impostas pelo nistagmo, incluindo como a doença afeta a capacidade de ver, aprender e interagir com as outras crianças;
Além disso, não baixe suas expectativas, pois a maioria das pessoas com nistagmo pode ver, aprender e interagir com os outros, suficientemente bem, de modo a levar uma vida completamente normal.
Quanto às possibilidade de tratamento, existem alternativas através de medicamentos estimulantes do sistema neurotransmissor inibitório (ácido GABA) ou depressoras do sistema neurotransmissor excitatório (glutamato).
Atualmente a utilização da toxina botulínica aumentou o arsenal terapêutico, porém sem resultados concretos ainda.
Tratamento Óptico
No caso de tratamentos ópticos, o mais comum é a utilização de prismas para corrigir e compensar o mau posicionamento da cabeça.
A pessoa com nistagmo consegue reduzir a agitação dos seus movimentos oculares involuntários e melhorar a visão, posicionando os olhos para um lado. Este é o chamado “ponto nulo” em que a menor quantidade de nistagmo é evidenciada.
Nesse sentido, a utilização de prismas pode auxiliar no reposicionamento de cabeça em relação ao ponto nulo.
Em casos de altos erros refrativos, o uso de óculos e lentes de contato não corrigem o nistagmo, mas permitem ajudar a corrigir estes erros e consequentemente a melhorar a visão dos doentes.
Devido ao movimento dos olhos, muitas pessoas se perguntam “quem tem nistagmo pode usar lente de contato?”
A resposta para essa pergunta é, sim!
Na realidade, a mudança dos óculos por lentes de contato pode ser benéfica em muitos doentes que sofrem de nistagmo.
Tratamento Cirúrgico
O tratamento cirúrgico do nistagmo tem o objetivo de melhoria da acuidade visual e a eliminação do torcicolo.
A cirurgia geralmente reduz as posições nulas, diminuindo a inclinação da cabeça melhorando a aparência estética.
No entanto, não pode curar a condição, mas melhora a qualidade visual do paciente.
Referências
Veja Também
Curta a nossa Página no FaceBook
Siga o nosso Instagram
Inscreva-se no nosso Canal no YouTube
Deixe um comentário