Olho seco ou síndrome do olho seco é um problema que atinge milhões de brasileiros.
As estimativas sugerem que 18 milhões de pessoas sofram com esse problema em nosso país.
Seu nome é dado devido à uma alteração na produção da lágrima, o que causa, normalmente, sintomas de ardência nos olhos, olho vermelho, lacrimejamento excessivo e sensação de olho seco.
Nesse artigo abordaremos as principais causas, como surge e as possibilidades de tratamento para olho seco.
Boa leitura.
O que é a Síndrome do Olho Seco?
A síndrome do olho seco é uma desordem relativamente comum, afetando uma porcentagem significativa da população, principalmente mulheres adultas acima de 40 anos.
Como o próprio nome sugere, a falta de lubrificação ocular é a primeira coisa que se pensa quando começamos a sentir a sensação dos olhos ressecados.
No entanto, um dos sintomas principais do olho seco é justamente o lacrimejamento excessivo.
Ao contrário do que muitos pensam, essa alteração não está somente ligada a quantidade de lágrima, e sim a sua qualidade.
A importância e composição da Lágrima
Composta por água, sais minerais, proteínas e gorduras, a lágrima tem a função de lubrificar, limpar e proteger os olhos das agressões causadas por micro-organismos ou substâncias estranhas.
A lágrima, ou filme lacrimal é produzida por várias glândulas, dentre as quais, podemos citar como mais importantes a Glândula Lacrimal Principal e as glândulas de Meibomius.
Antigamente o filme lacrimal era dividido em três camadas, no entanto recentemente a estrutura do filme lacrimal foi revista e passou-se a considerar como composta por apenas duas camadas.
Camada externa: camada lipídica (oleosa) superficial e fina, produzida principalmente pelas glândulas meibomianas; sua principal função é retardar a evaporação e manter o filme lacrimal uniforme sobre a superfície.
Camada Interna: Uma camada mais espessa contendo muco diluído em água que acaba se concentrando próximo ao epitélio da córnea.
Sendo tão importante para os olhos, qualquer alteração na composição, estrutura ou produção da lágrima pode gerar desconforto e, são justamente essas alterações que caracterizam a síndrome de olho seco.
Quais os Sintomas da Síndrome do Olho Seco?
Embora existam algumas pessoas que não apresentam sintomas, a maioria apresenta sensação de:
- Sensação de areia nos olhos
- Queimação
- Coceira
- Fotofobia (sensibilidade à luz)
- Embaçamento visual
- Lacrimejamento excessivo
- Piscagem excessiva
Esses sintomas, dependendo da intensidade que se manifestam, podem causar grande impacto na qualidade de vida do indivíduo.
Quais as Possíveis Complicações?
Segundo alguns estudos, pode ocorrer perda de células da superfície da córnea, o que causaria piora na fixação do filme lacrimal sobre a superfície ocular.
Dessa maneira existe um ciclo vicioso inflamatório, no qual, em decorrência da falha na produção lacrimal, ocorre perda de células que por sua vez impede a fixação da lágrima sobre a superfície da córnea e assim sucessivamente.
Além disso, a exposição das terminações nervosas presentes na córnea, resulta em desconforto ocular crônico.
Alguma possíveis complicações relacionadas à doença podem incluir ceratite, neovascularização, úlcera corneal, podendo ocorrer em casos extremos até mesmo perfuração da córnea.
Diagnóstico de Olho Seco
Existem vário testes para diagnóstico de olho seco, porém não se pode considerar ou definir se existe um ou outro que seja melhor.
Para citar alguns dos testes, temos como exemplo:
- Teste de Schirmer
- BUT
- Coloração por Rosa Bengala
- Coloração por Lisamina Verde
- Coloração por Fluoresceína entre outros.
Os mais comumente empregados em consultório são o teste de BUT e o teste de Schirmer.
Basicamente o teste de BUT avalia o tempo de rompimento da camada lipídica do filme lacrimal e o teste de Schirmer avalia a quantidade de lágrima produzida pelas glândulas lacrimais.
Associado aos testes o profissional deve levar em consideração toda a sintomatologia reportada pelo paciente.
Tratamento para Olho Seco
O tratamento pode ser de acordo com a intensidade dos sintomas.
- Leve:
Normalmente recomenda-se o uso de lágrimas artificiais.
- Moderado:
Uso de Lágrimas artificiais também é recomendado, no entanto, com aplicação em maior frequência durante o dia.
Pode ser adicionado ao tratamento o uso de pomadas ou gel lubrificante antes de dormir.
Oclusão do ponto lacrimal também é uma solução para esse estágio do problema.
- Severo:
Oclusão do ponto lacrimal (inferior e superior) é uma alternativa.
O uso de lágrimas artificiais também é necessário, de preferência, livres de conservantes.
Pomada ou gel lubrificante.
Referência
Manual de Doenças Oculares do Will Eyes Hospital – Diagnóstico e tratamento no consultório e na emergência – 5ª ED.
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