O que é Retinopatia

Tempo de leitura: 7 min

Escrito por Tiago Zanette Silva

O que é retinopatia

O que é Retinopatia?

Primeiramente, o termo retinopatia é utilizado para designar qualquer patologia de retina, seja ela ocasionada por problema vascular, inflamatório ou degenerativo.

Sendo assim, normalmente está associada a deficiência do aporte sanguíneo para a retina.

Todavia, com muita frequência, as retinopatias são manifestações oculares de doenças sistêmicas, como por exemplo:

  • Diabetes – que dá origem a retinopatia diabética;
  • Hipertensão arterial – que desencadeia a retinopatia hipertensiva;
  • Prematuridade do recém-nascido – que gera a retinopatia da prematuridade;
  • Exposição solar direta – que ocasiona em retinopatia solar;
  • Anemia falciforme;
  • Medicação entre outas.

Se não for tratada, a retinopatia pode evoluir para um quadro de cegueira, se chegar a afetar a região macular.

Tipos e Principais Complicações das Retinopatias

Antes de mais nada, as complicações dependem do tipo e da origem da retinopatia. No entanto, algumas situações podem ser secundárias ao problema, tais como:

  • Descolamento da Retina Tracional – Pode ocorrer a formação de cicatrizes no vítreo e na retina, o que acaba evoluindo para o descolamento da retina;
  • Descolamento da Retina Tracional e Regmatogênico – As cicatrizes causam um buraco na retina levando ao descolamento;
  • Glaucoma Neovascular – Os vasos anormais crescem e fazem a pressão do olho subir e machucar o nervo óptico, o que causa dor ocular.

As retinopatias podem ser de origem vascular, inflamatória ou degenerativa. Sendo as mais comuns as vasculares – Diabética e Hipertensiva e Prematuridade.

Vejamos algumas características destas.

Retinopatia Diabética

Antes de mais nada, a retinopatia diabética, como o próprio nome sugere, é uma alteração de retina causada pela alta quantidade de glicemia no sangue.

Existem dois tipos de retinopatia diabética: Proliferativa (RDP) e a Não Proliferativa (RDNP).

A Retinopatia Diabética Não Proliferativa é a forma inicial da doença, enquanto a Retinopatia Diabética Proliferativa é a forma mais avançada do problema.

Retinopatia Diabética Não Proliferativa

Muitos pacientes diabéticos podem manifestar a RDNP de forma leve ou moderada e, apesar disso, não apresentar nenhum sintoma visual.

Isso porque, esta é a forma inicial da doença, na qual existem algumas hemorragias e extravasamento de líquidos de pequenos vasos sanguíneos da retina, o que leva a um edema local.

Retinopatia Diabética Proliferativa

Antes de mais nada, a Retinopatia Diabética Proliferativa é o estágio mais avançado da doença, no qual áreas da retina deixam de receber aporte sanguíneo devido ao dano permanente nos vasos. Sendo assim, é forma que apresenta maior risco de perda total da visão.

É diagnosticada quando os vasos da retina ou do nervo óptico não conseguem trazer os nutrientes para o fundo do olho e, por consequência, há formação de vasos anormais chamados neovasos. 

Os neovasos são mais frágeis e finos que os vasos normais, dessa maneira podem ser identificados durante o exame de fundo de olho (oftalmoscopia) e, geralmente acompanham a trajetória das artérias ou veias retinianas. Além disso, pelo fato de serem mais frágeis, podem se romper e causar grandes hemorragias vítreas, embaçamento da visão e, algumas vezes, descolamento da retina.

Retinopatia Hipertensiva

Pouca gente sabe que a hipertensão vascular, além de representar risco para o desenvolvimento de doenças do coração, pode causar sérios danos também à saúde dos olhos.

A Retinopatia Hipertensiva é um problema ocasionado pela elevação da pressão arterial que afeta os vasos sanguíneos da retina. 

Todavia, na fase inicial do problema, o paciente não costuma apresentar qualquer sintoma da doença.

Seja como for, as suas consequências podem prejudicar seriamente a visão e, por isso é preciso ficar atento.

Essa alteração pode apresentar, a princípio, estreitamento vascular, espessamento da parede de arteríolas e vênulas, o que podem ocasionar o surgimento de trombose e até mesmo o rompimento dos vasos, levando à hemorragias de retina.

Vale citar que essas alterações vasculares podem ser encontradas de forma  semelhante em outros órgãos — tais como cérebro, rim e coração. Desse modo, as alterações encontradas nos olhos, pode servir de parâmetro para analisar como está a saúde do organismo como um todo.

Retinopatia da Prematuridade

A princípio, o nascimento de um bebê antes do tempo previsto, pode gerar preocupações devido a eventuais riscos à saúde.

Nesse sentido, uma das doenças capazes de afetar a saúde dos olhos de crianças prematuras é a retinopatia de prematuridade (ROP), um problema capaz de provocar alterações graves na visão e até mesmo a cegueira.

Dessa forma, afeta principalmente bebês prematuros com menos de 32 semanas de gestação e peso abaixo de 1,5kg.

A vascularização da retina necessita de 40 semanas de vida intrauterina para se formar por completo.

Sendo assim, a vascularização da retina só se completa próximo dos 9 meses, quando o bebê nasce antes desse prazo, em geral, a retina ainda apresenta uma porção sem vasos sanguíneos.

Em decorrência disso, essa parte avascular da retina produz uma substância chamada VEGF, que estimula a formação de novos vasos, chamados de neovasos.

Por serem frágeis, os neovasos podem sangrar, formando cicatrizes que puxam a retina, fazendo com que se descole do fundo de olho, ou seja, a principal causa de deficiência visual e cegueira na ROP.

Sinais e Sintomas da Retinopatia

Primeiramente é importante dizer que os sintomas podem variar de indivíduo para indivíduo, bem como de acordo com o tipo de retinopatia.

Sendo assim, são pouco significativos nos estágios iniciais da doença, porém, em casos mais avançados podem ser referidos alguns sintomas como:

  • Visão turva;
  • Manchas na visão;
  • Perda da visão central ou periférica;
  • Dores de cabeça – principalmente na região de nuca em casos de Hipertensos;
  • Aumento da sensibilidade à luz entre outros.

De qualquer modo, o mais relevante é o acompanhamento de pacientes que apresentam diabetes e hipertensão, pois os sinais de fundo de olho são mais significativos do que os próprios sintomas.

Como já referidos anteriormente, alguns sinais são:

  • Neovasos;
  • Tortuosidade vascular;
  • Sinais vasculares – Sinal de Gun e Salus;
  • Hemorragias retinianas;
  • Exsudatos entre outros.

Como é feito o Diagnóstico

O diagnóstico é feito por meio de avaliação de fundo de olho ou mapeamento de retina. Além disso pode ser solicitado o exame de angiofluoresceinografia, que é a tomada de uma foto em alto contraste do fundo de olho de modo a evidenciar a sua vascularização.

Do mesmo modo pode ser solicitada a tomografia de coerência óptica (OCT). Esses exames permitem uma observação mais detalhada da retina e visualização de possíveis alterações.

Seja como for, a avaliação de fundo de olho faz parte do protocolo padrão de avaliação optométrica.

Dessa maneira, caso exista qualquer suspeita de alteração vascular em fundo de olho, o optometrista tem por obrigação encaminhar o paciente para avaliação com médico oftalmologista especialista para que ele faça o diagnóstico preciso do problema.

Sendo assim, a recomendação é que todo paciente com diabetes tipo 1 faça avaliações de fundo de olho após 5 anos de doença e, todos os pacientes com diabetes tipo 2, logo que for diagnosticado. 

A partir do primeiro exame, deve ser repetida anualmente para aqueles sem retinopatia e semestralmente, no mínimo, para aqueles com retinopatia diabética.

Qual o Tratamento para a Retinopatia?

O tratamento depende da causa da doença e tipo de retinopatia e deve ser feito pelo oftalmologista especialista em retina – Retinólogo.

De qualquer modo, a melhor opção é a prevenção de doenças sistêmicas, como o diabetes e a hipertensão, para evitar as retinopatias.

Outro ponto importante é o acompanhamento periódico de fundo de olho, como forma de prevenção e controle por quem possui essas alterações sistêmicas.

Seja como for, uma opção de tratamento para a retinopatia é a fotocoagulação a laser. Na qual é a aplicada luz de laser sobre a retina e, ao ser absorvida pelos pigmentos do fundo de olho ajuda na estabilização da Retinopatia Diabética e Maculopatia Diabética.

Outra alternativa são drogas anti-inflamatórias de longa duração, como a Triancinolona, que ajuda a reduzir o inchaço na retina e pode ajudar a melhorar a visão em casos de Edema de Mácula Diabético.

Do mesmo modo, a terapia anti-VEGF, que são medicações que combatem o crescimento dos vasos anormais e pode ser indicada para o Edema de Mácula Diabético, Hemorragia Vítrea, bem como para o preparo para Cirurgias de Vitrectomia nos casos de Descolamento Tracional da Retina;

Além disso, a cirurgia de Vitrectomia também pode ser indicada em situações de Descolamento Tracional da Retina, Hemorragia Vítrea e alguns casos de Edema de Mácula Diabético.

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